Jornal São Leo

10 hábitos para eliminar e sobrar dinheiro no fim do mês

“As pessoas precisam mudar a forma de pensar o orçamento mensal.” (Reinaldo Domingos)

Muitos brasileiros desejam saber como fazer sobrar dinheiro no final do mês. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), Reinaldo Domingos, a maioria das pessoas deixa para poupar para os seus sonhos quando – e se – sobrar dinheiro no final do mês, algo difícil de acontecer, já que a quantia disponível na conta, sem objetivo atrelado, é comumente utilizada sem planejamento.

“As pessoas precisam mudar a forma de pensar o orçamento mensal. Ao invés de esperar ou tentar fazer com que sobre dinheiro, devem resgatar aquilo que realmente desejam em sua vida, seus sonhos e metas pessoais e familiares, e poupar para isso dinheiro em primeiro lugar. Não é uma questão de números ou de incrementar a renda, e sim de ter novos hábitos, mais conscientes”, orienta Domingos.
Segundo o especialista, muitas pessoas abandonaram o hábito de sonhar, talvez pela correria do dia a dia ou pelo medo de não conseguir realizar. Por isso ele desenvolveu a metodologia DSOP, que direciona para a conquista dos sonhos por meio de seus quatro pilares – Diagnosticar, Sonhar, Orçar e Poupar – e sugere uma nova forma de organizar o orçamento financeiro: ao invés de Ganhos (-) Gastos = Lucro/Prejuízo, fazer Ganhos (-) Sonhos (-) Gastos.
“Ter educação financeira não é fazer sobrar dinheiro no final do mês, e sim poupar em primeiro lugar para conquistar o que realmente importa e, então, readequar o padrão de vida para o que sobrar. É possível ter constantes realizações, conquistas de sonhos de curto, médio e longo prazo, mudando apenas a forma de lidar com as finanças”, afirma o educador financeiro.
A orientação é que, logo que receber o salário, a pessoa já retire a quantia mensal necessária para a realização dos sonhos, colocando o montante na melhor opção de investimento de acordo com o prazo. “Ou seja, ao invés de fazer sobrar, é preciso poupar para o que realmente importa, antes de gastar”, orienta Domingos.



Mas é importante também eliminar alguns hábitos que tendem a levar ao descontrole. São eles:
1. Falta de planejamento – As pessoas não sabem para onde vai seu dinheiro, não possuem controle. As pessoas não se dão conta que o descontrole financeiro não acontece nos grandes gastos, mas sim nos pequenos. Para evitar que isso ocorra, o correto é o preenchimento de uma caderneta diária de todos os gastos, que chamamos de apontamento, e realizar uma planilha mensal por três meses, conhecendo os seus verdadeiros números.
2. Comprar por impulso – Algumas perguntas devem ser feitas antes de fazer uma compra, como: estou comprando por necessidade real ou movido(a) por outro sentimento, como carência ou baixa autoestima? Se não comprar isso hoje, o que acontecerá? Tenho dinheiro para comprar à vista? Se comprar a prazo, terei o valor das parcelas? O acúmulo de parcelas colocará em risco a realização dos sonhos que priorizei com a família? Também é importante pesquisar o melhor preço em pelo menos três lojas diferentes, entre físicas e virtuais, para pagar menos e conseguir descontos.
3. Ter o hábito de parcelar – Este é um hábito cultural do brasileiro, por isso, ao agir dessa maneira, as pessoas não percebem que estão se endividando. Para piorar, muitas vezes, o consumidor se esquece de colocar esses valores no orçamento, o que pode comprometer seriamente as finanças. Caso seja fundamental parcelar, deverá constar no orçamento mensal da pessoa, que sempre que receber seus rendimentos separará parte do valor para pagar essa dívida. Também é interessante ter uma poupança paralela, para que, em caso de imprevistos, tenha como arcar com esses valores.
4. Pagar sem questionar – Todo produto ou serviço é cobrado com larga margem de lucro, portanto é sempre válido pedir descontos, especialmente se estiver pagando à vista. Muitos têm vergonha ou receio, portanto negociar valores deve se tornar um hábito em 2018, pois é preciso aprender a valorizar o dinheiro. É importante também sempre rever os pacotes que contrata, como de TV a cabo, internet e planos de celular, pois é comum que haja itens que paga mas não utiliza. É interessante estar sempre de olho na concorrência, pois muitas vezes há pacotes mais completos e mais baratos.
5. Abusar do crédito fácil – Buscar ferramentas de crédito fácil, como empréstimos, crediários, financiamentos, limite do cheque especial e pagar o mínimo de cartão de crédito são formas comuns de endividamento. O mercado oferece milhares de produtos de fácil acesso, contudo, os juros cobrados são abusivos e fazem com que a inadimplência se torne alta. A solução é evitar esses meios, buscando se educar financeiramente e mudando o comportamento errôneo em relação a lida com o dinheiro. No caso de cartão de crédito, o ideal é ter só um e, em caso de descontrole, até mesmo eliminar. Também é interessante não ter limite de cheque especial.



6. Não pensar no futuro – Muitos não têm o hábito de se preparar para o futuro mas, especialmente agora com as mudanças na aposentadoria pelo INSS, é importante rever essa atitude. O primeiro passo é pensar no padrão de vida que deseja ter após se aposentar, lembrando que mesmo tendo trabalhado a vida toda com carteira assinada, contribuindo para o INSS, a quantia recebida dificilmente será suficiente. Muitos brasileiros se aposentam e precisam continuar trabalhando ou dependem da ajuda financeira de parentes. Lembre que o quanto antes você pensar em seu futuro, mais fácil será para poupar dinheiro e atingir a quantia desejada. Para descobrir o número da sua aposentadoria, preencha a planilha com a fórmula para a independência financeira: http://www.dsop.com.br/arquivo s-downloads/file/calculo-de- aplicacao-para-independencia- financeira?id=1.
7. Só poupar se sobrar – Muitos brasileiros não conseguem poupar dinheiro porque deixam para fazer isso apenas se sobrar no final do mês. Portanto, em 2018, é imprescindível começar a praticar um orçamento financeiro diferente, que priorize os sonhos e não as despesas. Ao invés de fazer Ganhos (-) Gastos = Lucro/Prejuízo, faça Ganhos (-) Sonhos (-) Gastos. Dessa forma, a poupança para os sonhos será a prioridade e os gastos serão readequados, mudando o padrão de vida em beneficio da conquista dos sonhos da família. Apesar de ser muito importante, a realização dos sonhos tende a ser deixada em segundo plano; isso precisa mudar, começando pelas atitudes. Não adianta agir da mesma maneira sempre, esperando ter um ano diferente.
8. Não sonhar – Não ter planos para o futuro e, consequentemente, poupanças para conquista-los, leva ao consumismo de forma pouco pensada. Vejo que a grande maioria abandonou o hábito de sonhar. Para sair deste problema, é recomendável fazer um exercício simples: refletir sobre o que se quer em curto prazo (nos próximos doze meses), no médio (entre um e dez anos) e no longo prazo (a partir de dez anos). Tendo isso estabelecido, deve cotar os valores e destinar parte de seu dinheiro para esse fim. Com os sonhos sempre em mente, será muito mais difícil cair nas armadilhas do consumismo e do crédito fácil.
9. Buscar status social – Acreditar que consumir é importante para ser aceito socialmente faz com que as pessoas comprem sem ter condições. Isso porque acreditam que possuir alguma coisa é o que fará a diferença para os outros, e não o que ela realmente é. O consumo dessa maneira irá apenas suprir a dificuldade de relacionamento interpessoal. A solução para esta questão é ter objetivos claros e perceber que é muito mais importante ter conteúdo do que ter produto.
10. Sucumbir ao marketing e à publicidade – Estar suscetível às ações de marketing e publicidade faz com que as pessoas comprem o que não precisam ou mesmo não têm condições. Isso acontece diariamente por falta de orientação. O caminho para evitar esse problema é buscar conscientização para abandonar o hábito de comprar por impulso, especialmente quando estiver com as emoções alteradas, triste, com baixa autoestima ou com bastante empolgação.



Reinaldo Domingos

Reinaldo Domingos é doutor em educação financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira e autor do best-seller Terapia Financeira, do lançamento Diário dos Sonhos e da primeira Coleção Didática de Educação Financeira do Brasil.
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