Jornal São Leo

Campanha ‘Ela decide’ promove direitos sexuais e reprodutivos de mulheres no Brasil

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Campanha visa promover o empoderamento e os direitos das mulheres para que alcancem seu pleno potencial e possam fazer valer suas decisões sobre sua sexualidade e reprodução

Representantes do setor privado e de organizações filantrópicas, em parceria com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e apoio da Embaixada dos Países Baixos, anunciaram na quinta-feira (26), no auditório do Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo (SP), a criação da Aliança pela Saúde e Pelos Direitos Sexuais e Reprodutivos no Brasil.

A aliança tem como objetivo promover a saúde e a garantia dos direitos sexuais e reprodutivos no país. Sua primeira grande ação é a campanha “Ela decide seu presente e seu futuro”, que visa promover o empoderamento e os direitos das mulheres para que alcancem seu pleno potencial e possam fazer valer suas decisões sobre sua sexualidade e reprodução. Em outras palavras, para que as mulheres no Brasil possam decidir livremente sobre sua sexualidade e, também, sobre quando e quantos filhos desejam ter ou não ter.

Além do UNFPA, fazem parte da aliança as empresas Bayer, MSD, Semina e a organização da sociedade civil Instituto Ethos. Também apoiam a iniciativa Reckitt Benckiser, Laboratório Sabin, Magazine Luiza, SESC São Paulo e o Movimento Mulher 360.

“Essa iniciativa visa otimizar o potencial da sociedade para construir um mundo mais justo. O exercício da cidadania começa com decisões autônomas”, explicou Jaime Nadal, representante do UNFPA no Brasil.

Vídeos promoverão campanha nas redes sociais

A campanha “Ela decide seu presente e seu futuro” promoverá vídeos nas redes sociais com informações e dicas sobre saúde sexual e reprodutiva. Tudo com linguagem acessível para fácil entendimento de todas as mulheres e meninas.

Igualdade de gênero, direito à saúde e aos direitos sexuais são centrais para o desenvolvimento da sociedade, lembra o UNFPA. Para isso, uma série de medidas são necessárias, tais como envolver toda a sociedade civil, cobrar a eficácia das políticas públicas, enfrentar desigualdades e lutar por ambientes propícios ao crescimento pessoal e profissional. Durante o lançamento da aliança, uma roda de conversa deu a dimensão das propostas da campanha.



A jornalista Luciana Barreto mediou a conversa com Beatriz Galli, da organização não governamental IPAS; Ilka Teodoro, da ONG Artemis; Gabi Oliveira, youtuber do canal De Pretas; Luiza Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza; Rachel Maia, ex-presidente da Pandora Joias; e Rossana Pulcineli, da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SPGESP). Luciana frisou a importância do protagonismo da mulher negra, que é a mais vulnerável às violações de diretos humanos.

Gabi Oliveira, que dialoga em seu canal do Youtube com um público na faixa dos 18 aos 30 anos, disse que não é só a falta de informação que gera o não planejamento de uma gravidez. “A perspectiva do empoderamento, sobretudo para as jovens, é essencial”, declarou.

Também presente no evento, a atriz Bella Piero lembrou que a campanha pode ser transformadora para a juventude. “Sendo porta-voz da Laura (novela “O Outro Lado do Paraíso”, da Rede Globo), é triste constatar o abuso dentro de casa. São adultos que tiram o direito das escolhas dos jovens. Isso mexeu comigo, mas é uma personagem que inspirou as vítimas a denunciar. É fundamental se engajar”.

A saúde da mulher, como reflexo de sua autonomia, foi bastante lembrada em pontos que envolvem também a maternidade. Ilka Teodoro fez uma reflexão sobre violência obstétrica, um dos pontos da campanha. “Temos que reconhecer esse problema, que atinge especialmente mulheres negras e indígenas, para avançarmos como sociedade”.

O empoderamento feminino reflete-se ainda no avanço da economia, como atestou a empresária Luiza Trajano. Ela defendeu que é preciso superar as desigualdades de raça e de gênero por meio de informação e mobilização. “Lido com a violência contra a mulher e participo de tudo no comitê de igualdade da minha empresa, e é preciso fazer acontecer. Os maridos violentos têm medo dos ambientes que acolhem e protegem as mulheres”, declarou.

Clique aqui para saber mais sobre a campanha: eladecide.org.

Fonte: ONU



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