A análise foi divulgada no último Boletim Epidemiológico (Semana 10 de 2022) publicado no site coronavirus.rs.gov.br/informe-epidemiologico. Foram examinadas as informações de 2.168 óbitos por covid-19 com datas de início de sintomas entre 01/01/22 e 12/03/22. Nesse período, a faixa etária acima dos 40 anos representou 97% das mortes ocorridas.
Os dados apontam que o risco de óbito é expressivamente superior para os não vacinados, observando-se que quanto mais completo o esquema vacinal, menor a mortalidade registrada.
Na população acima dos 60 anos, comparando com aquelas pessoas sem nenhuma dose, a taxa de mortalidade foi três vezes menor para aquelas pessoas com esquema incompleto, apenas uma dose feita. Quem teve o esquema primário completo (duas doses ou dose única), esse risco foi nove vezes menos. Contudo, a dose de reforço foi a que obteve a melhor relação da vacina com a resposta imunológica. Nesse período analisado, o idoso com dose de reforço teve 17 vezes menos risco de morte por coronavírus.
A proteção da vacina teve comportamento semelhante no grupo de 40 a 59 anos, o segundo com maior índice nestes primeiros meses do ano. Nesta idade, o esquema completo (de duas doses ou dose única) possibilitou um risco 10 vezes menor de óbito, enquanto a dose de reforço reduziu as chances de mortalidade em 14 vezes.
Quase três milhões de pessoas com o reforço atrasado
Os dados apresentados no boletim chamam a atenção quando comparados com o número de pessoas com a dose de reforço em atraso. São quase três milhões de pessoas no Estado que estão com a dose de reforço em atraso, ou seja, que estão há mais de quatro meses desde a segunda dose ou dose única. Nesse grupo, mais de 400 mil são idosos, o que representa quase 20% da população acima dos 60 anos. Outro 1 milhão de pessoas na faixa dos 40 aos 59 anos também estão com o reforço em atraso.
A análise da SES aponta para a importância da dose de reforço e o aumento na mortalidade para quem ainda não a fez. Entre os idosos, o indivíduo com somente o esquema primário (duas doses ou dose única) teve mais do que o dobro de risco de morte quando comparado com quem fez o reforço e cinco vezes menor em relação a pessoa com esquema incompleto (apenas uma dose no esquema de duas).
Dados desta terça-feira (22/03) registram que 77% da população do RS está com o esquema completo. Cerca de 4,3 milhões de pessoas já fizeram a dose de reforço, o que representa 38% da população do Estado.