Jornal São Leo

Estudantes do curso de medicina iniciam visitas às famílias da Cohab Feitoria

Conhecido por ser o bairro mais populoso de São Leopoldo, o Feitoria recebeu nesta quinta-feira, dia 21 de setembro, os 65 estudantes do curso de Medicina da Unisinos. Cada um deles será responsável por uma família da região. O primeiro encontro ocorreu na UBS Cohab Feitoria e reuniu professores, alunos, profissionais da saúde, autoridades e comunidade.
Em sua saudação de boas-vindas, o prefeito Ary Vanazzi salientou o pioneirismo da Unisinos em humanizar o atendimento à população. “Cuidar da saúde não é apenas fazer exames e dar remédios. É um conjunto de bem-estar, é ter calçamento, meio ambiente, área de lazer e convivência. Vocês terão orgulho, quando se formarem, por terem vivido essa experiência. Essa mescla de teoria com a vida prática dará um novo sentido à vida de vocês”, afirmou.

A secretária-adjunta da Saúde, Quelen da Silva, falou da importância da parceria multidisciplinar nas ações. “Sou fisioterapeuta e trato vocês como colegas, pois vamos fazer inúmeros projetos integrados com profissionais de outras áreas. A saúde não é apenas doença, ela é condicionada pelas situações de vida. Estamos revendo as formas de se fazer saúde. Fico feliz em ver vocês construindo esse compromisso com o Sistema Único de Saúde (SUS) e com as pessoas que fazem parte dele, em especial, os usuários”, ressaltou.

O ato contou com a presença do presidente do Conselho Municipal de Saúde, Luiz Fernando de Oliveira Martins, da secretária do Orçamento Participativo, Janaína Fernandes, do secretário da Habitação Nelson Spolaor, da vereadora Ana Affonso, da chefe da UBS Ana Maria Severino e do diretor de atenção básica Tiago Silveira.

Na sequência, os alunos, acompanhados por agentes de saúde e professores, iniciaram a inserção na comunidade visitando as casas cadastradas.

Como funciona

Cada um dos 65 estudantes ficará responsável por uma família do bairro durante três semestres. Foram selecionadas residências com gestantes ou recém-nascidos. Os 65 estudantes são divididos em duas turmas que acompanharão os agentes de saúde nas visitas. Uma semana para cada turma. Nesse intervalo, os alunos levam os relatórios para debater com os professores em aula.

Terminado o período de três semestres, o grupo passa a trabalhar em outros postos com média complexidade, e depois, no Hospital Centenário, retornando, no final do curso, para as unidades básicas. A ideia é reforçar a importância da saúde preventiva.

Quando o grupo atual migrar para a média complexidade, outra turma de novos egressos dará continuidade ao trabalho junto às famílias. Serão 65 novos alunos por ano. Por conta da aprovação do curso por parte do MEC, foi realizado um vestibular no meio do ano para contemplar as vagas de 2017. A partir de 2018, será feito apenas um vestibular no início do ano.



Estudante nascido no Hospital Centenário

Para Gustavo Zeni, 21 anos, cursar medicina em São Leopoldo tem um significado especial. Nascido em São Leopoldo, mais especificamente no Hospital Centenário, Gustavo vê na sua vocação uma possibilidade de melhorar a vida das pessoas da sua cidade natal. A inserção na comunidade, de acordo com Gustavo, é fundamental para gerar empatia. “É importantíssimo esse convívio dentro de um novo contexto. É bom que isso ocorra logo no início do curso para que possamos desenvolver o diálogo com o usuário. A medicina foca na doença, mas é preciso entender que ali há uma pessoa, uma vida”, ressaltou o morador do bairro Scharlau.

Gustavo visitará Eduarda de Matos, 19 anos, e sua filha Ágatha Letícia, de 8 meses. Eduarda afirma ter sido sempre bem atendida no posto. Ainda assim, confia que Gustavo acrescentará cuidado e conhecimento para ela e para a pequena Ágatha. “É mais um a pessoa para ensinar, dar conselhos, trocar informações. Eu gostei, vai ser bom”.

O agente de saúde William Rodrigues foi o responsável pela indicação da família. O servidor concorda que os jovens somarão qualidade ao trabalho. “Já combinamos em formar um grupo de whatsapp para a troca de informações. Nossas tarefas se complementam”, destacou.

”A Universidade só tem sentido quando for para a Comunidade”

A frase é da coordenadora do curso de medicina Nêmora Barcellos. Ela explica que a ideia é desenvolver nos jovens a habilidade do diálogo com a comunidade. “Queremos que eles entrem em contato com as pessoas, que indiquem as vacinas para as crianças, que olhem a caderneta para conferir se estão em dia. Confiram a amamentação, tipo de alimentação, indiquem exames, tipos de parto”, enumerou.

Os relatórios de cada visita serão acompanhados pelos professores durante as aulas para que os alunos retornem às famílias com soluções e apontamentos.

Fonte e foto: Decom/PMSL



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