Os apenados foram removidos de três unidades prisionais: Cadeia Pública de Porto Alegre (CPPA), Penitenciária Estadual de Porto Alegre (Pepoa) e Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas (PMEC). O objetivo é bloquear o contato deles com criminosos na rua.
Na CPPA, a Brigada Militar (BM) realizou revista em três pavilhões, extraindo as lideranças que foram removidas para a Pasc pelo Grupo de Ações Especiais da Susepe (Gaes). Na Pepoa, a ação contou com a participação do Grupo de Intervenção Regional da Susepe da 10ª Região (GIR-10) e, na PMEC, agentes operacionais da Susepe de toda a região participaram.
A operação é fruto de investigação da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), da Polícia Civil e da Brigada Militar, numa ação de inteligência articulada em conjunto pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) e pela Secretaria de Justiça e Sistemas Penal e Socioeducativo (SJSPS).
Ação de inteligência
O titular da SJSPS, Mauro Hauschild, ressaltou que uma estratégia bem elaborada pelas secretarias, com suas vinculadas e suas estruturas de inteligência, resultou em êxito na movimentação dessas pessoas privadas de liberdade que são apontadas como as principais lideranças que contribuíam para o aumento da violência na Capital.
“Acreditamos que esse esforço, a partir das ações integradas do programa RS Seguro, sob coordenação do governador Ranolfo Vieira Júnior, é um passo importante para o retorno da paz e da tranquilidade na sociedade porto-alegrense e gaúcha”, disse Hauschild.
O secretário da Segurança Pública, Vanius Cesar Santarosa, enfatizou que essa é mais uma ação conjunta que reafirma o compromisso das forças de segurança com as premissas do RS Seguro, de agir com integração e inteligência a partir dos avanços proporcionados pelo investimento qualificado feito nos últimos anos.
“Seguiremos firmes e unidos no combate à criminalidade, em especial os homicídios, adotando todas as medidas possíveis para coibir a ação dessas organizações criminosas. Esse trabalho conjunto com a Secretaria de Justiça e Sistemas Penal e Socioeducativo é fundamental para aprimorarmos cada vez mais o rigor contra aqueles que queiram desafiar o sistema de justiça criminal”, destacou Santarosa.
O superintendente da Susepe, José Giovani Rodrigues de Souza, também pontuou a atuação conjunta das áreas de inteligência. “Essas ações de transferência são parte das medidas que vêm sendo adotadas conjuntamente com todas as forças de segurança pública, com a finalidade de frear as ondas pontuais de violência e estabilizar o sistema penitenciário. O grande número de servidores envolvidos e o complexo planejamento da ação são mais uma grande demonstração de força do governo do Estado sob os pilares do programa RS Seguro”, afirmou Souza.
O subcomandante-geral da BM, coronel Douglas da Rosa Soares, reforçou a importância da articulação e do trabalho conjunto entre as instituições de segurança pública do Estado para a operação. “Buscamos, sobretudo, a retomada da redução dos crimes violentos intencionais e o arrefecimento do conflito entre esses grupos criminosos”, relatou. Soares lembrou que essa ação se soma ao impacto do reforço de policiamento nas regiões onde estavam acontecendo os conflitos, que recebeu o incremento de mais de cem policiais militares, além de patrulhamento pelos Batalhões de Polícia de Choque, Batalhão de Aviação (Bav-BM) e Batalhão de Operações Especiais (Bope).
A diretora do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil, delegada Vanessa Pitrez, afirmou que a operação de transferência de presos e de isolamento dessas lideranças desmobiliza as organizações criminosas e tende a diminuir as ocorrências de homicídios.
“É importante salientar que esta é uma das estratégias das forças de segurança para conter esses homicídios. Estamos trabalhando com uma estratégia tripla, uma equação de ações que visam a trazer uma resposta imediata a curto prazo para esses crimes. Essa tripla equação leva em conta a saturação de área nos territórios conflagrados, a investigação policial qualificada, com alto número de prisões, e a intervenção prisional, com as transferências pontuais dessas lideranças que tenham poder de mando nessas organizações”, explicou a delegada.
Na madrugada de segunda-feira (11/4), outra operação integrada cumpriu 21 ordens judiciais (nove mandados de busca e apreensão e 12 de prisão preventiva) contra suspeitos de envolvimento nos homicídios registrados em março na zona sul da capital. Ao longo das investigações desencadeadas desde a segunda quinzena do mês, já foram identificadas 52 pessoas com envolvimento nesses atentados, resultando num total de 32 prisões.