Após a análise no Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) e identificação do caso de recombinação, a amostra foi encaminhada para o Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), onde foi sequenciada outra vez e apresentou resultado concordante.
A investigação epidemiológica e rastreamento de contatos conduzidos pela Vigilância Estadual e Municipal não identificaram possíveis contatos da paciente, e também não foi identificado histórico de viagem. As amostras de Cruz Alta disponíveis no Laboratório Central (Lacen) foram sequenciadas no CEVS e o resultado não demonstrou a presença de outros casos da linhagem.
A diretora do CEVS, Cynthia Molina Bastos, destaca que equipes técnicas intensificaram os trabalhos para avaliar se trata-se de um caso isolado ou se há uma cadeia de transmissão dessa variante na região. “Seguimos monitorando pois não é possível afirmar se esta combinação é mais transmissível ou os efeitos causados, mas é importante reforçar a importância de hábitos de higienização das mãos e, em caso de sintomas, utilizar máscaras”, alerta.
O surgimento de recombinantes pode acontecer quando diferentes variantes do vírus SARS-CoV-2 infectam um mesmo indivíduo simultaneamente, permitindo que essas variantes interajam durante a replicação, misturando assim o seu material genético e formando novas combinações.
Vigilância Genômica
Desde o início de 2021 o CEVS realiza a vigilância genômica das variantes do SARS-CoV-2. O objetivo é obter uma melhor representação da evolução do vírus no território gaúcho. As amostras em que ocorre a detecção do vírus causador da COVID-19 são analisadas por uma RT-PCR adicional, denominada PCR de inferência, na qual são analisadas mutações específicas do vírus capazes de indicar a sua linhagem. Parte dessas amostras são submetidas também ao sequenciamento de genoma completo para confirmação desse resultado.