Foi confirmada na última semana a primeira morte por dengue no Rio Grande do Sul em 2022. Trata-se de uma mulher de 76 anos, residente de Chapada, município do Norte do Estado. O fato serve de alerta para a necessidade de medidas de prevenção contra o mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti. Além desse óbito, já foram registrados no RS este ano outros 752 casos de dengue contraídos dentro do Estado (autóctones).
O óbito da idosa ocorreu em 9 de março, seis dias após ela iniciar com sintomas de febre, cefaleia (dor de cabeça), dor retro-orbital (dor atrás dos olhos), mialgia (dor muscular), artralgia (dor nas articulações) e náuseas. A paciente tinha como comorbidades hipertensão arterial sistêmica e doença pulmonar obstrutiva. Exames laboratoriais identificaram que ela teve o vírus do sorotipo DENV-1, um dos quatro subtipos da dengue.
Em 2021 foram 11 óbitos confirmados por dengue no RS, contra seis no ano anterior.
Infestação em 87% das cidades gaúchas
O Rio Grande do Sul possui neste momento 433 municípios considerados infestado pelo Aedes aegypti. É o maior número de cidades nessa situação na série histórica do monitoramento, realizado desde 2000. Os dados constam no Informativo Epidemiológico de Arboviroses (doenças transmitidas por mosquitos) da Secretaria da Saúde (SES) divulgado na última semana.
O expressivo número de casos e a larga distribuição do inseto pelo Rio Grande do Sul levam a SES a reforçar junto a população as medidas de prevenção. A principal ação é a eliminação de locais com água parada, que servem de pontos para o desenvolvimento das larvas do mosquito. Essa proliferação acontece em maior volume nesta época do ano, que alia temperaturas altas com chuvas mais recorrentes.
Sobre o Aedes
O Aedes aegypti tem em média menos de 1 centímetro de tamanho, é escuro e com riscos brancos nas patas, cabeça e corpo. O mosquito costuma ter sua circulação intensificada no verão, em virtude da combinação da temperatura mais quente e chuvas. Para se reproduzir, ele precisa de locais com água parada. Por isso, o cuidado para evitar a sua proliferação busca eliminar esses possíveis criadouros, impedindo o nascimento do mosquito.
Saiba como eliminar o mosquito em casa
Os depósitos preferencias para os ovos são recipientes domiciliares com água parada ou até na parede destes, mesmo quando secos. Os principais exemplos são pneus, latas, vidros, cacos de garrafa, pratos de vasos, caixas d’água ou outros reservatórios mal tampados, entre outros.
Entre as medidas preventivas que em casa a pessoa pode fazer estão:
– Manter tampada a caixa d’água, assim como tonéis ou latões que estejam expostos à chuva
– Guardar pneus velhos sob abrigos
– Não acumular água em vasos de plantas ou nos pratos onde ficam (cobrir com areia)
– Manter desentupidos ralos, canos, calhas, toldos e marquises
– Colocar embalagens de vidro, plástico ou lata em lixeira fechada
– Manter a piscina tratada o ano inteiro
Painel de monitoramento de arboviroses
Uma das ferramentas desenvolvidas pelo Governo do Estado para o melhor acompanhamento dessas doenças foi um painel de monitoramento. Por iniciativa do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE) Arboviroses e em parceria entre as Secretarias da Saúde (SES) e de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), o painel foi lançado neste mês para trazer maior visibilidade para a transmissão desses vírus.
Por ter uma alimentação em momentos distintos, eventualmente ele pode trazer dados um pouco diferentes do que os informativos epidemiológicos feitos pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), que possuem um caráter de maior análise qualitativa.