A partir da próxima segunda-feira, dia 6 de maio, o Hospital Centenário atenderá apenas urgências e emergências. Procedimentos eletivos e pacientes que não forem classificados como urgentes, serão encaminhados às unidades de saúde do município. As medidas, tomadas em razão da negativa do Estado de ampliar os recursos para amenizar a crise financeira enfrentada pela casa de saúde, valerão por 90 dias, e visam o reequilíbrio financeiro da casa de saúde, através de ações que deverão reestruturar o hospital para o tamanho dos recursos que recebe do Estado e da União. O município continuará com as tentativas de ampliação de recursos junto ao governo do estado.
O anúncio, feito durante coletiva de imprensa, nesta quinta-feira, dia 2 de maio, pelo prefeito Ary Vanazzi, a presidenta do Centenário, Lilian Silva, e o secretário municipal de Saúde, Ricardo Charão, inclui as seguintes ações: fechamento da Portaria Eletiva; fechamento de 4 dos 10 leitos da UTI adulto, por não serem habilitados, ou seja, para os quais a instituição não recebe recursos do Estado; fechamento de 2 dos 10 leitos da UTI Neonatal, pelo mesmo motivo; e fechamento da clínica cirúrgica, com a transferência de pacientes que realizarem procedimentos de urgência para outra clínica de internação.
Segundo o prefeito, o Município não tem condições de continuar arcando com 78% das despesas mensais do Hospital, que, atualmente, são de R$ 9 milhões mensais. “Ficamos tristes com esta situação, mas, como as portas se fecharam para nós, teremos que fechar algumas portas do Hospital também, para garantir que os casos graves não deixem de ser atendidos. Para os demais casos, estamos estruturando a Rede”, salientou o prefeito, reiterando que o Centenário consome praticamente a totalidade do que é arrecadado com o IPTU e o ISS. “A cidade não comporta mais esta situação, que compromete investimentos em outras áreas”, denunciou Vanazzi.
Por sua vez, a presidente do Hospital, Lilian Silva, enfatizou que os leitos das UTI´s Adulto e Neonatal que estão sendo fechados são apenas os que não são habilitados. “Não estamos fazendo nada além do que é regulamentado”, garantiu. De acordo com ela, as medidas visam garantir a segurança técnica e assistencial, e, ao mesmo tempo, respeitam as habilitações vigentes junto ao Ministério da Saúde.
Com uma dívida de R$ 44 milhões, o déficit mensal do Hospital Centenário é de R$ 7 milhões. Referência para mais de um milhão de pessoas nos vales do Sinos, Caí e Região Metropolitana, a instituição recebe apenas R$ 255 mil do Estado e R$ 2,3 milhões da União. O restante é bancado pelo Município.
O Município segue buscando sensibilizar o Governo do Estado na garantia de recursos justos com o atendimento, como aqueles repassados às cidades vizinhas de Esteio, Sapucaia e Novo Hamburgo. (SCom/PMSL)
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