sexta-feira , 26 abril 2024
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Educação para o trânsito começa por casa


Pesquisa da Guarda de Novo Hamburgo revela fragilidade no cumprimento ao Código de Trânsito por famílias



Novo Hamburgo – Regras de trânsito são requisito básico para uma postura e prática de respeito à vida. Premissa que norteou pesquisa realizada entre novembro de 2017 e maio deste ano pela Guarda Municipal de Novo Hamburgo (GMNH) junto a 705 estudantes de quatro escolas de ensino fundamental do Município. Estabelecimentos escolhidos a partir da grande movimentação e circulação de veículos, em especial nos horários de início e fim das aulas, e também no seu entorno. Ao longo dos sete meses o diagnóstico, em forma de questionário, revelou uma realidade preocupante quanto à prevenção no trânsito por parte das famílias e responsáveis por esses estudantes. Com idades entre 6 e 13 anos, os 705 ouvidos responderam a perguntas sobre o uso de cinto de segurança, local onde senta no veículo, e utilização da cadeirinha e assento de elevação. Um total de 562 (80%) respondeu que praticaram algum tipo de infração, ou seja, não usaram o cinto, andaram no banco da frente em desconformidade com a lei ou nunca utilizaram o dispositivo de segurança adequado para a idade. 

“Isso é pra lá de preocupante, uma constatação dura. Muitas crianças nem sabiam o que eram esses dispositivos, disseram que os pais nunca exigiram isso ou até brigavam com eles quando pediam que as regras fossem seguidas”, diz o guarda municipal Adriano Saraiva, autor do levantamento, e que desde 2011 realiza palestras na rede de ensino intitulada “Causas e Consequências dos Acidentes Automobilísticos em Novo Hamburgo”. 

Nelas, aborda tópicos como cuidados, consequências e custos da acidentalidade. Também enfermeiro e especialista em trauma, Saraiva relata que o trabalho descortinou que nas 31 turmas ouvidas, 433 dos 705 estudantes andam ou andavam no banco da frente. A legislação prevê essa possibilidade somente após os 10 anos de idade. Outra constatação é que apenas 35% (58) de 165 alunos com idade para uso do assento de elevação (4 a 7 anos e meio) utilizavam o instrumento e que de 105 alunos com idade inferior a sete anos, 38 (36%) andam ou andavam na carona de motocicletas fora da idade permitida (a partir de sete anos). 

“E isso pede um trabalho permanente de conscientização das crianças. A partir da conscientização delas será possível mudar a consciência dos pais. Mas é uma mudança cultural, difícil de quebrar, mas possível pelas crianças”, acredita Saraiva, observando que a palestra é extensiva às Semanas Internas de Prevenção a Acidentes de Trabalho (Sipats) de empresas privadas e que a rede particular de ensino também pode receber a palestra a partir de contato com a GMNH. 

Prevenção pela educação

Diretor do Departamento de Ensino da Guarda Municipal, o inspetor Ulisses José da Silva destaca para uma proposta da Secretaria Municipal de Educação (Smed) em parceria com a instituição, que visa colocar a prevenção a acidentalidade no trânsito de Novo Hamburgo como tema do ambiente escolar. “É uma formação com duração de dois dias para coordenadores do Projeto Movimentos e Vivências na Educação Integral, o Move. A ideia é formar 50 coordenadores e trabalhar no turno inverso com as crianças a educação no trânsito como atividade no Projeto Move. Até o final deste mês vamos ofertar essa capacitação, para que eles sejam multiplicadores e ressaltem aspectos como normas, causas e consequências do trânsito e da acidentalidade”, explica Silva, ao enumerar que a Guarda mantém a rotina de fiscalizações e autuações junto às escolas e entorno delas. “O que pede esse trabalho de base, de prevenção pela educação, de despertar nas crianças essa consciência das regras do trânsito”, enfatiza, enumerando que mais de 14 mil autuações foram registradas no trânsito local entre janeiro e julho deste ano.

O que mostrou a pesquisa

-Dos 705 alunos ouvidos em quatro escolas da rede pública, 562 (80%) responderam que praticam algum tipo de infração, como sentar no banco da frente do veículo sem cinto, não uso de cadeirinha ou do assento de elevação;

-Dos 705 alunos ouvidos, 433 (61,4%) com menos de dez anos de idade responderam que andavam no banco da frente;

-Das 31 turmas, em oito foi perguntado aos estudantes se utilizavam assento de elevação na idade que é necessário o equipamento (até anos). De 165 que responderam, 58 (35%) não usam ou nunca usaram;

-Em cinco turmas foi questionado quantas crianças andavam ou andam de motocicleta, como caronas, antes de possuírem a idade permitida (somente depois dos sete anos). De 105 alunos, 38 (36%) disseram que andam ou andavam.

-Em quatro turmas foi questionado quem usa cinto de segurança. De 86 alunos ouvidos, 33 (38%) responderam que não usam

-Aonde foi feita: Escolas Municipais de Ensino Fundamental Nilo Peçanha (Bairro Ideal), Ana Neri (Jardim Mauá), Anita Garibaldi (Mundo Novo) e Hermes da Fonseca (Liberdade).

-O levantamento foi realizado entre novembro de 2017 e maio deste ano. 

Quais as perguntas feitas?

1 – Quantos na turma andam (ou andavam) no banco da frente (do carona) sem ter idade permitida para isso? 

2 – Quantos não usam assento de elevação ou cadeirinha?

3 – Quantos não usam (ou não usavam) cinto de segurança?

4 – Quantos andam (ou andavam) na carona da moto sem ter idade correta para isso?

Fonte: Imprensa PMNH



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